.A Voz do Amador

A escolha de Dunga para treinar a seleção brasileira visando o mundial da Rússia, na minha modesta opinião, é um retrocesso para quem esperava mudanças radicais  no futebol brasileiro. Foi dele o comando em 2010 quando fomos eliminados pela Holanda, num jogo em que tínhamos o domínio e que uma das suas "uvinhas", Felipe Mello, num lance banal acabou sendo expulso e deixando a seleção com um jogador a menos. E depois foi a vez do "goleiraço" Júlio César, com quem quatro anos depois Felipão morreu abraçado, falhar num dos gols dos holandeses. Foi dele o comando do time do Internacional que quase foi rebaixado à segunda divisão no ano passado. E é este o técnico que os dirigentes da CBF depositam suas esperanças.

Bem, num ponto eu concordo com o Dunga. A seleção do Scolari - já escrevi aqui - precisava mesclar a juventude com a experiência. Isto não foi feito e acabou no fracasso histórico do Brasil. O "já ganhou" foi outro fator. Scolari disse diversas vezes que iria ganhar o título, como já tivesse tudo acertado e Parreira falou que o Brasil já estava com a mão na Taça. O excesso de euforia foi uma das causas, segundo Dunga e eu concordo, para a debacle do futebol brasileiro. Vamos ver o que acontece.

Em breve estaremos apresentando uma materia especial com o Edilson Barbosa, o comandante do Atlético Porto. Falou-me que foi jogador das equipes de base do Guarani e do Bagé e que jogou com o Luiz Fernando, o Bolinha, hoje auxiliar técnico do Enderson, no Grêmio e com Branco que jogou na seleção brasileira. Ao contrário dos outros guris, ele preferiu vir para Porto Alegre trabalhar como auxiliar de pedreiro de que tentar a carreira de jogador profissional. Sobre a nossa várzea disse-me que a violência não é fruto dos jogadores e sim das pessoas que comandam as equipes. E criticou a postura dos professores que comandam o futebol de várzea de Porto Alegre. Mas vou ficar por aqui, caso contrário eu conto tudo o que ele me falou. Vale a pena esperar.