Por se considerar um ser superior, o treinador brasileiro vem perdendo espaço no mundo do futebol. Só ele entende de futebol. Só ele conhece os bons jogadores. Só ele entende de tática. Só ele acaba levando uma lavagem dos treinadores de outros países. E isto, porque ao invés de treinar seus times, os técnicos aqui no Brasil buscam, em primeiro lugar, brigar com a imprensa. Exemplo disso, Dunga quando foi guindado a treinador da seleção brasileira. Ninguém prestava para ele. Final da história, acabou perdendo o mundial e veio ressuscitar anos mais tarde como técnico do Inter. O que aconteceu? Brigou com a imprensa e como estrategista se deu mal mais uma vez. Então, que o fracasso do Brasil nesta Copa sirva de lição para que os treinadores brasileiros procurem acompanhar a evolução do futebol mundial e não fiquem restrito, apenas, ao que acontece aqui no Brasil.
Brasil que entra em campo, neste sábado, para enfrentar a Holanda, na decisão do terceiro lugar. E creio que esta será a última vez que o elefante branco do Mané Garrincha receberá um público quase que completo. Sim, porque não acredito que um clássico de Brasília venha a ser assistido por mais de cinco ou dez mil pessoas. Neste sábado sim, teremos um número considerável de "babacas", segundo o intelectualóide Daniel Alves, acompanhando a despedida melancólica da nossa seleção. Agora sim é hora de chorar. Chorar pelo que deixaram de fazer. Jogadores que ao longo da competição não mostraram sequer garra. Futebol então, passou longe da Granja Comary.
E a imprensa do centro do país descobriu que foi o Parreira quem vetou a convocação do Kaká. Está aí, o problema de convocar ex-treinador para cargos junto a comissão técnica. Ele não se desvincula. Pois o Kaká, que decepcionou o Parreira na Copa em que fracassaram os Ronaldinhos quando ele era o técnico, deixou de contribuir com sua experiência para o grupo selecionado pelo Felipão e outros mais da comissão técnica. Acho que é necessária uma reformulação total no futebol brasileiro. Mas vai ser difícil. As ervas daninhas continuam na CBF. E com elas, outras ervas estarão vinculadas as nossas seleções.
Luiz Carlos Oliveira, jornalista
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