Por que os clubes têm de pagar?

O recente caso acontecido no estádio do Arruda, em Recife, quando um transloucado jogou do alto da arquibancada uma vaso sanitária que atingiu um torcedor, matando um jovem na hora e a consequente punição da Federação Pernambucana e CBF me leva a pensar que é muito mais fácil do que procurar e trancafiar o assassino numa prisão. O ministro dos esportes, Aldo Rabelo, falou que fatos semelhantes - violência e briga de torcedores - é por causa da impunidade. Ué, ele pensa assim? E por que quando estava no Congresso não fez qualquer movimento para isto acabasse? 

No episódio do Arruda, assim como do Esportivo no caso de racismo contra o ex-árbitro Márcio Chagas, hoje jornalista formado na faculdade do apito e ocupando o lugar de quem se formou para tal, penso que os clubes não podem ser responsabilizados, pois tratam-se de casos específicos de polícia. Por cusa de uma pessoa uma comunidade inteira é penalizada. É a mesma coisa que cortar luz e água de uma comunidade no Rio de Janeiro, porque os traficantes enfrentam a polícia. Ou não é?

O que as autoridades deveriam fazer é buscar os culpados e responsabilizá-los. Pois não passam de delinquentes. Aliás, no meu tempo de ir a futebol, não haviam torcidas organizadas e não se via confrontos como hoje. O que tem de fazer é acabar com elas. Só servem para prejudicar os clubes e para isto ainda ganham ingressos de graça e transporte. Chegam a brigar entre elas, o que aconteceu recentemente na Arena do Grêmio no jogo contra o Nacional, pela Libertadores.

Se os clubes continuarem sendo punidos eles deverão reservar a metade da capacidade dos seus estádios para a segurança não dos torcedores, mas sim dos clubes. Um segurança para cada um torcedor e aí não teremos racismo e nem brigas. 

Acho que as nossas autoridades têm de assumir suas posições. É como diz aquele ditado: "O justo não pode pagar pelo pecador".

Luiz Carlos Oliveira, jornalista