Acho que está na hora dos nossos jornalistas deixarem de lado as palavras bonitas e passarem a escrever sobre a realidade. Li, há pouco, que "ativistas" atearam fogo em contâiner. Não se trata de ativistas e sim de vândalos que colocaram fogo em algo que foi pago pelo povo e colocado em benefício do próprio povo. Povo que está indo às ruas protestar contra a Copa do Mundo. O mesmo povo que quando o Brasil foi eleito como sede do Mundial saiu às ruas para comemorar. Eu também não concordo com os gastos feitos para a reforma e construção de tantos estádios. Brasília, por exemplo, tem um elefante branco que jamais lotará e os grandes públicos só na Copa e quando algum time do Rio e São Paulo levar seus jogos para a Capital brasileira. Manaus é outro exemplo. Teremos já neste domingo o primeiro jogo da decisão do campeonato amazonense entre o Nacional e o Princesa Solimões. Quero só ver o público que irá assistir esta decisão. A Arena Pantanal é outro elefante branco. O futebol lá é semiprofissional. São doze sedes que poderiam ter sido reduzidas em seis.
Lembro-me bem que o Brasil lutou um ou dois aviões com comida para o povo da Somália que passava fome. Por que a comida não foi destinada para os nossos irmãos brasileiros que não tem o que se alimentar? Ah, e não houve nenhum protesto em defesa dos nossos pobres. Até elogiaram a atitude.
Voltando ao caso do menino Bernardo, a promotoria denunciou o pai do garoto, médico Leandro Boldrin, o Monstro, como o autor intelectual da morte do menino. Até de "bicinha" chamava o guri que tinha o sangue dele. Se não gostasse do filho que o entregasse a uma família na cidade. Bernardo não pediu para nascer. E nasceu justamente numa família que ninguém gostava dele, acho que nem a avó materna. Pelas notícias que li, Bernardo teria ido ao Conselho Tutelar reclamar da falta de carinho. Ora será que ele não mencionou nada para avó? Claro que mencionou. E ela o que fez? Nada. Deixou ele viver numa casa onde ninguém gostava dele. Agora ela, a avó, está de olho na parte da herança que era o guri. Todo mundo tem culpa no cartório. Uma pena que os envolvidos não ficarão muito tempo na cadeia. Se fosse num país sério pelo menos dois deles, o pai e a madrasta, pegariam prisão perpétua ou até pena de morte. Aqui se ficarem dez anos cada um, teremos que agradecer a Deus.
Luiz Carlos Oliveira, jornalista
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