Ouvi atentamente a coletiva das delegadas e do delegado que investigaram a morte do menino Bernardo e o indiciamento da madrasta, da amiga dela e do pai do garoto. Pelo relato não há dúvidas de que o pai participou, mesmo que indiretamente, do assassinato do filho. A Polícia tem certeza disso. Se a madrasta não gostava do menino e ele também não. A minha dúvida é porque a avó materna não buscou, na justiça, a guarda do Bernardo? Ou ela também não gostava do garoto?
Eu tenho 72 anos e não tive o prazer de conhecer a minha mãe. Ela faleceu e quando eu não tinha ainda completado um ano de vida. Meu pai chegou para a minha avó, mãe dele, e perguntou se ela queria me criar. Prontamente ela disse que sim, mas pediu apenas uma coisa: "Tu nunca vai me tirar ele?" Por que, então, a avó do Bernardo não buscou pegar o garoto que tinha sangue dela e era lembrança da filha que se suicidou? É isto que eu não entendo. Assim como não entendo como um pai pode arquitetar a morte de um filho inocente? Para mim, os três indiciados pela polícia cometeram um crime hediondo e como tal deveriam pegar penas que jamais pudessem voltar a conviver em sociedade. Mas como estamos no Brasil, se condenados, os três não ficarão muito tempo presos e sairão para gozar a vida, enquanto aquele anjinho, cheio de sonhos, teve a vida ceifada por três grandes monstros.
Quem ouviu as entrevistas das delegadas e do delegado do caso, por certo, teve uma noção do trabalho investigativo da nossa polícia civil. É mesmo lindo. Pequenos detalhes que passam despercebidos dos leigos para os profissionais se tornam provas contundentes. Desde o início, pelo que se ouviu da delegada Caroline Machado, a Polícia trabalhava com a hipótese de assassinado.
Parabéns a nossa tão malhada e sucateada Polícia Civil e cadeia, para o resto da vida, para estes três monstros.
Luiz Carlos Oliveira, jornalista
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