Eu não sei o que leva um pai abusar de uma filha ou de um filho ou ainda participar do assassinato, como o caso do menino Bernardo. E o cara, se ele realmente estiver envolvido como diz a Polícia, não é nenhum analfabeto ou ignorante. É médico e conceituado na cidade. Mas pelo que ouvi de uma rápida entrevista que deu á Rádio Farroupilha atrás do Bernardo que estava desaparecido, em momento algum falou que o garotinho era seu filho. Se referia sempre ao menino. Até mesmo no encerramento do papo - e aí a falha foi do radialista que estava conversando com ele, pois não indagou o parentesco dele com o menino desaparecido -, quando disse que o menino se chamava Bernardo Boldrini. Omitiu que era seu filho e pelo tom de voz não me pareceu muito preocupado.
A madastra - coisa que não vai acontecer - deveria pegar uma pena pesadíssima, como prisão perpétua, coisa que nossos juristas abominam. Eu já sou defensor da pena de morte em crimes como este, quando a vida de uma criança é ceifada por uma mente diabólica que jamais mostrou arrependimento. Mas como aqui no Brasil o cara com 16 anos elege um presidente da República mas não responde por atos criminosos por ser considerado "di menor", se condenada ela não vai ficar por muito tempo na cadeia. Vai sair e desfrutar do dinheiro que o pai do Bernardo tem e da parte que iria para o garoto.
E agora virou moda no Brasil queimar ônibus em protestos. No Rio, cinco foram queimados em protesto a morte de um adolescente de 17 anos em confronto entre policiais militares e traficantes no Morro do Chapadão. E com ele, segundo o comando da PM, foram apreendidos um radiotransmissor e uma pistola 9 milímetros. Se eu estou na pele do dono da empresa de ônibus deixo a comunidade a pé, sem transporte. Não é possível. o Brasil está vivendo um cáos. As autoridades do Rio de Janeiro estão capitulando para o crime organizado.
Luiz Carlos Oliveira, jornalista
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