Se o Inter for mal nesta quarta-feira contra o fraco Vitória, em Salvador, o técnico Abel Braga que passou de amado a odiado pela torcida do Internacional, já tem o seu discurso preparado: "Jogamos sem Juan, William, Alex e Aranguiz". E dependendo do que o time apresentar no Barradão, o Inter pode retornar a Porto Alegre fora do G-4. E o pior: ver o Grêmio ocupar o seu lugar no grupo. Então, os jogadores terão de se doar e o técnico acabar de cometer um montão de "cag...". Tá certo que não terá quatro titulares e mais o lateral direito Wellington Silva, mas pelo menos, poderá o treinador colocar em campo uma equipe mais compacta na meia-cancha e com um novo centroavante. Mas creio que isto não acontecerá. Vou ter de ver em ação o Sasha que, convenhamos, não é jogador para o Internacional.
Todo o time a gente diz que é o fulano (o melhor) e mais dez. No Inter, não é. Deveria, por exemplo, ser D'Alessandro e mais dez. Mas é Rafael Moura e mais dez. O técnico insiste com ele. "Ah, mas foi dele o passe para o gol do Jorge Henrique contra o Palmeiras", justifica. E daí. E os gols que ele perde como aquele contra o Atlético Mineiro que custou três pontos para a equipe.
Li atentamente a entrevista do presidente do Internacional - que deveria ter dado explicações no domingo após o fracasso -, e senti uma maldade com a torcida. "Abel será o técnico até o final do ano". É dose. O treinador que foi campeão do Mundo teve, também, muitos momentos de frustração. Perdeu uma classificação para o Olímpia, em casa, depois de vencer em Assuncion. E no domingo tomou uma virada de um timeco que é o Figueirense.
Eu penso, e se fosse o presidente do clube, em caso de um mau resultado em Salvador, pedia ao piloto fazer uma escala no Rio de Janeiro e deixar o treinador no Galeão. E faria desembarcar no Beira-Rio, o Tite.
Luiz Carlos Oliveira, jornalista
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